4.3.11

Sobre POEMAS - ( uma passagem do livro Cartas Entre Amigos )

Comecei a ler o livro. Estou encantada. Para defini-lo, não existe melhor descrição do que a  da  contracapa "Este livro contém uma aguda reflexão sobre o homem contemporâneo e seus medos - da morte, da solidão, do fracasso, da inveja, do envelhecimento, das paixões, da falta de sentido da vida."

O texto é filosófico. Precisa ser lido com vagar e é quase obrigatória a parada ao final de cada parágrafo, para absorver tudo do clima que nos envolve durante  a leitura. Muito bom mesmo. 

Da segunda carta (são dezoito), escrita pelo padre Fábio a Gabriel Chalita, extraí um trecho para vocês. 

"... Confesso que estou temeroso. Não gosto de respostas apressadas. Tenho medo de dizer, afinal, que o que há de mais precioso nesta vida costuma ser vivido e experimentado a partir do silêncio frutuoso.

Carlos Drummond de Andrade, o poeta mineiro que você admira profundamente, recomendava que, antes de escrever os poemas, é preciso conviver com eles.

Ele insinuava que antes do nascer da palavra há sempre um sabor de silêncio que precisa ser sorvido.

Creio que o poeta tinha razão. A boa palavra se alimenta de silêncios e pausas. Um grande poema costuma nascer de profundas e fecundas experiências de contemplação da realidade. O poeta, ao enxergar o silêncio do ainda não dito, diante dele se prostra e o experimenta, e somente depois o reveste de palavras."


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